BadPorn – Blog de Ajuda aos Dependentes da Pornografia

🔎 A sua fonte de pesquisa rápida sobre vício em pornografia 🔍

Se você chegou até aqui, talvez esteja em busca de palavras amigas, sem fundamentações religiosas, moralismos sociais e coaching pseudo-científico, certo?

O Badporn não produz mais conteúdo, mas deixou vários links de fontes sérias e referências de apoio feitas por profissionais e influenciadores para que os eventuais visitantes consultem materiais embasados na ciência, podendo encontrar tratamentos, soluções e respostas confiáveis.

Basta conferir a lista de links. Tem indicação de estudos, terapeutas, dados específicos, informações clínicas, abordagens terapêuticas etc. São textos, vídeos e podcasts que abordam o vício em pornografia com a devida atenção e cuidado, livre de julgamentos.

Boa pesquisa!

“Ter consciência da própria dependência é o primeiro passo para entender a sua ligação com o pornô. Pesquisar ajuda muito, mas se você quer moderar ou cortar o consumo de material adulto, é preciso se conhecer de verdade. Na dúvida, considere a avaliação de um profissional de saúde mental competente.”

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#Finalfeliz

Sabia que o BadPorn contribuiu para aquecer o debate humanizado sobre a dependência da pornografia no Brasil?

Acompanhe um pouco dessa história que nasceu por conta da pouca informação sobre o assunto na web há mais de 15 anos.

Esse blog começou lá pelos idos de 2008, como sequência de uma pequena comunidade de dependentes criada no extinto Orkut, onde já se tentava falar sobre dependência pornográfica quando não havia praticamente nada sobre isso na internet nacional. Sério! Quase tudo que existia eram apenas mensagens religiosas carregadas de medo e culpa. Não havia o menor respaldo técnico sobre o tema, por incrível que pareça.

Só mesmo revirando bem o Google, que de repente, alguma notícia aparecia em português ou espanhol, sem grande profundidade. No exterior, somente o método Reboot já tinha alguma relevância na América do Norte e Europa. No mais, nada além disso era encontrado sem ter foco dogmático e radical.


Então o Badporn foi criado para oferecer conforto, estímulo e compreensão na mais sincera humanização, em uma abordagem mais a séria. Tal iniciativa leva a crer que este foi um dos projetos pioneiros a falar do tema com maior objetividade no Brasil, quiçá, em português.  Sem fontes seguras, o plano assumidamente amador se ergueu baseado em vícios como alcoolismo, tabagismo e hipersexualidade, justamente por não haver informações disponíveis, além de poucas pesquisas gringas.

Alguns especialistas contribuíram anonimamente, mas ainda assim, as postagens eram deveras amadoras, sem bases sólidas para serem efetivamente consideradas. O intuito era apenas semear um despertar, um autoquestionamento. Por isso, o Badporn sempre deixou claro que todas as  informações não poderiam ser tomadas como verdade absoluta. Foram expostas como reflexões abertas e simples. Um esforço dedicado a acender uma simples fagulha de consciência no grande escuro que o assunto se encontrava no Brasil. Quem pesquisou na época, sabe como era raro algo mais científico!

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  • Linha editorial: temas, pessoas, sociedade e ciência

Sentimentos, percepções e questionamentos para quem se descobria pornodependente

Sem muitos recursos, o Badporn abordou vários temas para ajudar o pornodependente a localizar a fonte da compulsão dentro de si, como forma de entender quais lacunas a pornografia estaria preenchendo em suas vidas.

Falou-se muito de amor-próprio, de auto aceitação, de desejos e vontades reprimidas. E assim, a culpa foi combatida com rigor e compreensão. As recaídas foram tratadas com maturidade, respeito e acolhimento. Consequentemente, destacou-se a autossabotagem dos processos de desintoxicação, que era frequentemente narrada nos comentários. Muita gente se sentia instigada pela própria sociedade.

Neste aspecto, a pornocultura foi observada, pois o vício é geralmente ensinado e estimulado desde muito cedo como algo socialmente aceito, descontraído e viril. Foi visto que a pornografia, às vezes, é quem dita e “ensina” coisas de sexo para os mais novos, causando algumas confusões na dinâmica social dos dependentes em seus relacionamentos afetivos/sexuais.

A partir desta perspectiva, foi percebido que a produção pessoal de pornô foi abordada numa época muito anterior ao famigerados nudes de Whatsapp ou aplicativos de pegação. Houve relatos de pessoas que expuseram material próprio em sites de relacionamento pornográfico. Nisto, apresentava-se uma faceta interativa e diferente da dependência, mas com as mesmas raízes do consumo comum.

Uma outra questão trazida dos comentários foi a “auto comparação desfavorável”, na qual o dependente se sente inferior aos personagens/atores pornô. Subestimam seus corpos e suas vivências ou aventuras pessoais, achando que a própria vida sexual seria apática. Uma pensamento destrutivo para a autoestima. Portanto, assistir aos vídeos era uma forma de vivenciar experiência por meio da realização alheia.

Neste linha de raciocínio, viu-se também a dependência pornô como válvula de escape para LGBTQIA+ extravasarem suas sexualidades reprimidas. Muitos não eram assumidos e se sentiam mal porque a internet circulava muita informação preconceituosa. Então pessoas autointituladas héteros acabavam por renegar ainda mais sua orientação sexual, mesmo consumindo material homoerótico secretamente. 

Paralelamente, surgiu uma situação curiosa ao tocarem na autoaceitação de si mesmos como pornodependentes. Além de quase nunca contarem sobre o vício a alguém, muitas pessoas o negavam para si, temendo a rejeição de seus parceiros e as gozações dos amigos. Em vista disso, a todo tempo, o Badporn recomendava incessantemente o atendimento com psicólogos, como a maior e melhor solução. E até para essa sugestão havia quem tivesse medo ou vergonha de se expor ao profissional de saúde mental!

Por essas e outras questões, a dependência da pornografia precisava ser abordada urgentemente com seriedade. O único caminho é encorajar o tratamento psicológico e a tolerância da sociedade. Mas tudo isso só teria início pelo despertar dos próprios dependentes consigo mesmos.

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  • Pontos de vista e posições polêmicas

Consumo saudável e opcional de pornografia e masturbação sem neuras

O Badporn sempre abordou a dependência pornô, mas nunca atacou a pornografia por acreditar que o “consumo saudável” dela pode até existir. Afinal, muita gente encara desse modo, o que gera uma discussão polêmica interminável. Também não se falava mal dos atores/atrizes, porém, analisava-se as técnicas persuasivas e tendenciosas da indústria pornô, que de alguma maneira, se beneficia do comportamento insaciável e curioso dos dependentes. 

Além disso, a constante demonização da pornografia já era demasiadamente tóxica na sociedade. Haja vista os relatos trazidos de maneira assustada, toda repulsa da moralidade religiosa rude tornava o fardo de largar a dependência ainda mais difícil.  Deste modo, atacá-la ou cobrar o corte total e eterno do consumo, além de aumentar o transtorno, não seria uma solução sensata em todos os casos, porque geralmente uns querem (e devem) parar para sempre e enquanto outros querem (e podem) controlar em equilíbrio. Cada caso é pessoal e viabiliza uma saída. A saída que resta era respeitar os limites e opiniões de cada um. Dito isso, todos lutavam como podiam, na meta de melhorar.

Não se falava muito em métodos de combate. Tudo o que se sabia era consumir menos ou não consumir mais. Na tentativa de ajudar, o Badporn adaptou recursos de outras dependências comportamentais e até químicas, propondo a redução por fases e até a suspensão provisória de auto estimulação, inspirada no clássico método Reboot, já conhecido no exterior, mas este não foi explorado a fundo por falta de suporte profissional para tal. No geral, pelos comentários, as pessoas contavam que paravam ou controlavam o pornô e a consequente masturbação, cada uma do seu jeito e no seu ritmo. Era o que se tinha.


Outro posicionamento marcante foi em defesa da masturbação como atividade saudável, natural e sem crises. Algo que pode ser praticado dentro do que psicologia considera benéfico e equilibrado. Naturalmente, considerava-se nos debates a consequência dos excessos físicos e mentais, justamente por esta ser a principal forma de curtir a pornografia. Logo, o assunto sempre foi um ponto de conflito, porque o vício em pornografia geralmente se engata numa possível compulsão pelo estímulo do próprio genital. 

Neste cenário, muita gente trazia culpa e medo oriundos de crenças e tradições que abominam o ato de se masturbar. E mesmo ao ver que não há nada demais no ato (quando feito com bom senso), muitos persistiam em abominar a masturbação. 

Em vista disso, o Badporn sempre foi contrário à postura de muitas dessas informações radicais que pouco contribuem no debate da sexualidade e da dependência pornográfica. Infelizmente, essas posturas rígidas mais aterrorizavam do que ajudavam. E ainda tinha quem viesse defendê-las nos comentários.

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  • Participação do público e a percepção da dependência

Foi por meio dos relatos que os contornos do vício em pornografia começaram a surgir

Por meio das enquetes e das pesquisas por comentários, surgiram as primeiras percepções reais da dependência pornográfica. A partir das informações compartilhadas, foi visto que o dependente apresenta alguns traços de comportamento que acabaram sendo detectados posteriormente pela psicologia, tais como: a fuga de problemas reais, baixa autoestima, vazios interiores, inseguranças emocionais, curiosidades, falta de experiência, solidão íntima, insatisfação etc.

Tinha gente ansiosa em acompanhar postagens pornôs como quem segue um influenciador digital. Tinha idealizadores de corpos e fantasias. Tinha gente que abria pornô no trabalho, na faculdade, na rua. Havia pessoas que passavam tardes e noites inteiras presas nessa função. Relatavam horas em redes sociais pornoeróticas escolhendo vídeos, acompanhando lives, compartilhando material próprio, vasculhando perfis e se sentindo mal por não conseguir sair disso.

Somando todo o conteúdo, o Badporn acumulou cerca dezenas de humildes comentários maravilhosos. Entre eles, relatos de pessoas agradecendo pela luz no fim do túnel. Gente que se sentia culpada por se masturbar e passou a ter alívio; Pessoas expondo como a pornografia lhes tomou energia do trabalho, dos estudos, da casa e até da família; Pessoas relatando como aliviavam tensões, frustrações, repressões com pornô; Histórias de quem que se tornou dependente na adolescência e nunca mais parou; Brasileiros que testemunharam seus relacionamentos, sua saúde mental e sua vida sexual em crise por causa do condicionamento calcificado pela pornografia; Relatos de pausas, recaídas e superações com bem-estar. Um público cheio de dúvidas, ansioso por respostas, amedrontado pela vergonha, mas com bastante esperança em melhorar. A todos, o Badporn agradece e deseja muita sorte e absoluto sucesso!

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  • O breve reconhecimento

Da comunidade anônima ao meio acadêmico e à mídia

Foi aqui que nasceu, em meados de 2010, o  que deve ter sido o primeiro fórum de dependentes da pornografia em português que se tem notícia. Longe de qualquer pretensão, provavelmente foi o único do Brasil em seu tempo. Imagine o que é procurar incansavelmente uma comunidade e só encontrar aconselhamento com soluções religiosas. Foi necessário criar um espaço de conversação séria, embora amador.

Tão humilde quanto o blog, a comunidade reuniu brasileiros de todo tipo para compartilhar suas experiências em uma troca inovadora. Este fórum foi analisado em uma monografia da USP , a qual quantificou apenas 57 cadastrados, 36 participantes ativos, sendo 96% homens e 6% mulheres entre 16 e 37 anos e 19 pessoas com 20 a 25 anos.

Infelizmente, no fórum predominava o receio de lidar com o tema, mesmo com pseudônimos, sob as mais variadas justificativas. Também faltava preparo, acompanhamento e motivação geral. Sem o devido engajamento, o pequeno grupo durou bem pouco e caducou com 397 mensagens em 24 tópicos, abandonado naturalmente por desuso, mas com a dignidade de ter servido para fomentar um estudo sério sobre um tema pouco explorado naquele momento do país. Hoje felizmente existem outros fóruns, comunidades e grupos maiores e melhor estruturados por profissionais de saúde mental.

O Badporn também foi citado na edição 326, de dezembro de 2013, da Revista Super Interessante, como anexo da reportagem “Mão ao alto“. Era um quiz chamado “O pornô online está afetando sua vida? Se ainda estiver na dúvida, responda e saiba”.  Ao final do teste, um trecho dizia: “Se mandar bem no inglês, comece pelo yourbrainonporn.com. Do Brasil, o blog badporn.wordpress.com pode ser um começo. Além de reunir textos sobre o assunto, possui um fórum no qual é possível trocar experiências de forma anônima.” . Por alguma razão, na versão online publicada em 07/04 /2014 e atualizada em 02/06/2017, o quiz foi removido e a citação dos sites também. Lamentavelmente, a versão original foi só foi encontrada transcrita em um link quebrado.

Os fatos levam a crer que essas citações ao Badporn ocorreram justamente porque a internet daquele tempo carecia bastante de uma perspectiva mais aberta sobre a dependência no pornô. Apesar de ser imperfeito e controverso, o blog era um oásis sério no resultado das pesquisas. Era praticamente o único site focado focado em conteúdo sóbrio e livre de fundamentalismo religioso. Dava orgulho de ver o Badporn em primeiro lugar nas pesquisas sobre o vício ou dependência em pornô. Os artigos se indexaram organicamente, numa época onde as garras do marketing digital eram embrionárias.

Por conta desse conceito e dessa relevância, o Badporn conseguiu chamar um pouco de atenção da massa crítica para o tema, mesmo com menos de sessenta mil visualizações. São poucas marcas de êxito, mas pelo menos foram úteis para contribuir com a causa, sinalizando modestamente que o assunto merecia abordagens sensatas.

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  • Equívocos e o fim do conteúdo autoral

Enquanto o Badporn se perdeu no tempo, a internet evoluiu no assunto

Mesmo indo contra os tabus de uma época, o Badporn, por vezes, continha afirmações contraditórias, superficiais e até ríspidas, com termos inadequados ou taxativos, justamente por ser amador e feito sem o respaldo apropriado, embora sempre com as melhores intenções. O Badporn pede desculpas por qualquer equívoco do passado. Sua voz foi fruto de uma época pouco respeitosa e esclarecida.

Por motivos de desorganização, o projeto ficou abandonado durante muitos anos. Parado no tempo, as bagunçadas e entusiastas publicações do Badporn se desatualizaram quando a internet avançou consideravelmente nas pesquisas. Portanto, concluiu-se que o blog não poderia mais disponibilizar o material antigo e defasado, apesar dos links evidenciados nas buscas.

  • Nova fase com indicações de pesquisa

Um novo jeito de ajudar quem procura respostas

Enfim, o Badporn, também não seria sensato ao recomeçar depois de um hiato tão grande, quando já há bastante informação super qualificada por aí. Agora as páginas de buscas finalmente oferecem fontes bem melhores em português, com fundamentos científicos concretos. São profissionais comprometidos, com estudos avançados, desenvolvendo o tópico com a devida responsabilidade, educação, equilíbrio e o respeito necessário.

Por este motivo, o Badporn se tornou apenas um modesto otimizador de pesquisas com a indicação de links externos considerados competentes. É uma forma de auxiliar os interessados no assunto, para que conheçam a relevância dessa questão de bem-estar em fontes confiáveis, poupando tempo numa seleção que já está pronta.

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  • Considerações finais

Mesmo tão limitado, foi muito inspirador

Bem no comecinho, o Badporn estava lá, simplório e solitário no mar de radicalidade ideológica de seu tempo. Com números pequenos e um alcance baixo, ainda assim, tornou-se um humilde farolzinho para quem desejasse encontrar saídas saudáveis para lidar com consumo de pornô numa época conturbada e não tão distante. Talvez, quem sabe, esta humilde iniciativa tenha inspirado o interesse de alguns profissionais que hoje cuidam tão bem desse tema.

Com sucesso, aos poucos, os dependentes da pornografia foram levados a sério e o assunto evoluiu bastante em cerca de quinze anos, quanto tudo aqui era mato. Esta evolução, todavia, era esperada. Questão de tempo. Uma hora ou outra, o problema chamaria a atenção dos profissionais e atenção clínica aconteceria de qualquer jeito.

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  • Missão cumprida

O cenário da web atual é uma realidade sonhada lá em 2008

O Badporn encerrou suas atividades autorais com satisfação. Felizmente, o legado clínico e teórico sobre dependência pornô já é uma realidade no Brasil, onde vários psicólogos, psiquiatras e terapeutas tratam, estudam, pesquisam e divulgam a questão da pornodependência. No começo do blog, isso era inimaginável. É muito satisfatório constatar que a ciência olha para algo que antes era tratado praticamente com doutrinação religiosa.

Vários veículos de comunicação já exploram o tema com abordagens maduras, responsáveis e confiáveis. Não se trata, contudo, de haver uma fartura de informação. Agora existe algo realmente bom e disponível nas redes para o público encontrar apoio, esclarecimento e conhecimento. De algum jeito simples e humilde, o Badporn contribuiu com isso. Mas a luta continua.

Lamentavelmente, ainda há inúmeras publicações ignorantes com desinformação e intolerância. Pelo menos, na atualidade, os especialistas de verdade já conseguem oferecer um conteúdo com toda a seriedade, maturidade e segurança para ser solucionado em prol da saúde mental do indivíduo.

Obrigado por conhecer a modesta mensagem do Badporn e sua singela contribuição para falar de pornodependência com abordagem séria no Brasil. Toda gratidão ao carinho e atenção dos visitantes, sejam dependentes, curiosos, ocasionais, perdidos na net, estudantes, pesquisadores etc. Enfim, é uma grande satisfação ajudar as pessoas e promover esta causa.

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A dependência pornográfica existe e merece ser levada a sério.

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